Bem antes do que costumava acontecer nas viradas de ano, as promessas repetidas parecem já ter derretido tão logo terminou a ressaca. Ressaca?! Quando vimos aquele amigo festeiro passar a virada de maneira diferente, sentimos que algo anormal estava no ar. Não só a Covid-19.

Voltamos, assim, à mesma enxurrada de incertezas. Nestes primeiros dias de 2021 o país retoma a triste caminhada para algo já vivenciado no ano velho. O impacto mais preocupante foi contra o esperado retorno às aulas. A anunciada com alívio dias atrás, a medida foi suspensa por força de liminar na Justiça.

O sindicato dos professores tomou a iniciativa e conseguiu êxito num primeiro momento. Entretanto, já se desenhava uma greve se a liminar não saísse, o que também não seria surpresa. Periodicamente, em anos anteriores, o movimento aconteceu por razões menos contundentes, se comparadas às de hoje.

Portanto, não são pequenas as chances de que este ano aulas presenciais não aconteçam em sua plenitude mais uma vez. Com certeza podemos dizer que 'não no primeiro semestre'. Os professores reivindicam a volta às aulas somente depois de todos eles vacinados. É só fazer as contas.

Temos aí pipocando a volta da fase vermelha, a falta de insumos à Saúde e a discussão sem fim sobre a eficácia e segurança das vacinas. Sessenta e tantos pedidos de impeachment do presidente Bolsonaro, os rombos nas contas públicas e a corrupção correndo solta, completam o quadro.

Segundo disse na quinta-feira (28) o ministro do STF, Edson Fachin, relator da LavaJato ' há 30 anos a corrupção triunfa como o cupim da república'. Na mesma quinta, Jair Bolsonaro, querendo dizer que suas atitudes não geram mau exemplo para a população, afirmou para cerca de 200 mil pessoas em uma live que se o povo seguisse o presidente da República ele seria 'um cachaceiro'. Por estas e outras Marcelo Paiva tinha razão: 'Feliz Ano Velho!'; Feliz?!

É a nossa opinião.